Após tarifaço, estatais indianas buscam alternativa ao petróleo russo e compram até do Brasil

Refinarias indianas estão suspendendo as compras de petróleo russo devido à pressão do governo dos EUA, liderado por Donald Trump, sobre suas relações comerciais com a Rússia.

Empresas como Indian Oil Corp. (IOC), Bharat Petroleum e Hindustan Petroleum planejam interromper as compras pontuais no próximo ciclo de aquisição, buscando orientação clara do governo. Recentemente, a IOC adquiriu cinco milhões de barris de petróleo dos EUA, Brasil e Líbia.

A pressão dos EUA surgiu após Trump aumentar tarifas sobre todas as exportações indianas, numa tentativa de forçar a Índia a encerrar as compras russas. Essa situação afetou o mercado de petróleo global e os contratos futuros, com o petróleo tipo Brent permanecendo estável em aproximadamente US$ 67 por barril.

Oficialmente, o governo indiano não orientou as refinarias a parar as importações russas, embora tenha sido reportado que estão elaborando planos para reduzir essas compras. As refinarias estatais se preparam para uma possível pausa nas aquisições de petróleo Urals com carregamento em outubro.

Embora as importações do Urals não devem zerar em outubro, qualquer redução pode levar a uma corrida por alternativas, como petróleo do Oriente Médio, EUA e África. Além disso, as empresas privadas como Reliance Industries e Nayara Energy mantêm um perfil discreto no mercado.

As cargas do Urals programadas para agosto e setembro devem ser entregues conforme planejado, apesar de contratempos. A Índia já importou, em seu auge, mais de 2 milhões de barris por dia de petróleo russo.

Segundo R. Ramachandran, ex-diretor de refinarias da Bharat Petroleum, interrupções operacionais podem ocorrer, mas a oferta e a demanda de petróleo devem eventualmente se equilibrar, com o petróleo do Oriente Médio como principal alternativa.