Após versão ‘paz e amor’ em interrogatório no STF, Bolsonaro vai retomar ataques ao Judiciário
Bolsonaro retoma tom combativo e prepara discurso agressivo em evento pela anistia dos acusados de golpe. A escalada nas críticas ao Judiciário reforça a polarização entre seus apoiadores e opositores.
Jair Bolsonaro está alterando sua postura após interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre alegações de golpe em seu governo.
Ele advertiu que retomará um estilo mais combativo e já começou a criticar a condução do processo e as suspeitas de perseguição política. Aliados anteveem um aumento no tom de suas declarações.
No próximo dia 29, Bolsonaro participará de um evento liderado pelo pastor Silas Malafaia, chamado “Justiça Já”, que reivindicará a anistia para os acusados de golpe. Espera-se que ele faça ataques, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes.
Malafaia, que defende que o processo contra Bolsonaro é um abuso, enfatiza a importância da mobilização de bolsonaristas nas ruas para conseguir um "julgamento justo".
Após o interrogatório, Bolsonaro disse estar confiante para as próximas eleições, mesmo enfrentando inelegibilidade até 2030, e se considera o próximo presidente. No entanto, aliados afirmam que essa confiança é mais retórica do que real.
Bolsonaro tem criticado a delação do tenente-coronel Mauro Cid, sustentando que é baseada em mentiras. A polêmica sobre suas conversas com o advogado de um ex-assessor preso gerou novos debates.
Embora tentar uma nova abordagem mais amena desgaste sua imagem, a pesquisa do Datafolha revelou que o apoio a Bolsonaro iguala ao de Lula (PT), ambos com 35%. O grupo que se declara petista caiu de 39% para 35% desde abril, enquanto o apoio a Bolsonaro subiu de 31% para 35%.