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'Aqui tudo é mais caro': manauaras pagam mais por produtos feitos na Zona Franca

Especialista aponta que a infraestrutura é o principal obstáculo logístico em Manaus, não a logística em si. Região enfrenta desafios significativos na distribuição de produtos, impactando nos preços e no acesso para a população local.

Augusto César Barreto Rocha, 53, chegou atrasado para um almoço na sede do Cieam em Manaus. Especialista em logística, Rocha afirmou que o problema da região não é a logística, mas a infraestrutura.

A Zona Franca de Manaus abriga cerca de 600 empresas com incentivos fiscais, gerando 130 mil empregos diretos. Em 2023, o faturamento foi de R$ 204 bilhões, com expectativa de R$ 236 bilhões em 2024.

Ciente da reforma tributária, Manaus preservou suas vantagens fiscais até 2073. Produtos locais custam em média 30% menos que similares estrangeiros, embora os benefícios muitas vezes não alcancem os moradores próximos.

A dificuldade de escoamento da produção é evidente: rodovias são escassas, voos são caros e o transporte fluvial é demorado.

Por exemplo, um celular em Manaus pode custar o dobro do valor em outros lugares. A Bemol, varejista local, cobra preços altos, enquanto marketplaces oferecem opções mais baratas.

A Electrolux e a Coca-Cola organizam sua logística para minimizar custos. A Electrolux utiliza cabotagem, enquanto a Coca-Cola produz concentrados em Manaus para distribuição nacional.

O preço médio do litro de refrigerante na região Norte é de R$ 4,60, um dos mais caros do Brasil.

Conversas sobre a BR-319 revelam um embate entre deputados e ambientalistas sobre a necessidade de asfaltar a rodovia e seu impacto potencial no desmatamento.

A reportagem foi realizada a convite do Cieam.

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