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ArcelorMittal abandona plano de conversão de fábricas alemãs para produção verde

ArcelorMittal abandona planos para usinas verdes na Alemanha, desafiando a agenda de descarbonização europeia. A decisão é impulsionada por altos custos de energia e incertezas na matriz energética do país.

A ArcelorMittal, maior produtora de aço da Europa, recuou em suas metas ambientais, abandonando planos de transformar duas usinas siderúrgicas na Alemanha para produção verde.

A empresa rejeitou 1,3 bilhão de euros (R$ 8,25 bilhões) em subsídios públicos para adaptar instalações em Bremen e Eisenhüttenstadt, que utilizariam hidrogênio em vez de carvão.

Além disso, a ArcelorMittal pode fechar sua principal usina de etanol verde na Bélgica devido a regulamentações da União Europeia que afetam a viabilidade econômica.

A Alemanha esperava que esses subsídios ajudassem a descarbonizar sua indústria, mas a ArcelorMittal declarou que "simplesmente não era competitivo" prosseguir com os planos, citando altos custos de energia e incertezas na matriz energética.

Geert van Poelvoorde, executivo da ArcelorMittal Europa, ressaltou a fragilidade do modelo de negócios em meio à concorrência e tarifação impostas por outros países.

A indústria siderúrgica, junto com montadoras, é uma das mais afetadas pela crise energética resultante da guerra na Ucrânia. O governo alemão, sob Friedrich Merz, planeja melhorar a competitividade do país, reduzindo custos e simplificando a burocracia.

Entretanto, a Alemanha, maior emissor de gases do efeito estufa na Europa, enfrenta desafios para alcançar sua meta de neutralidade em carbono até 2045.

O Ministério da Economia alemão lamentou a decisão da ArcelorMittal, destacando que nenhum fundo foi transferido, então não há necessidade de reembolsos. Apesar disso, o governo aprovou 7 bilhões de euros em subsídios para outros projetos siderúrgicos.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia prioriza a descarbonização industrial, mas há preocupações sobre a viabilidade das metas climáticas.

Frederik Van der Velde, da ArcelorMittal Bélgica, alertou que o foco excessivo no hidrogênio poderia adiar a viabilidade econômica e que sua produção de etanol está em risco por legislação europeia restritiva.

O projeto de etanol foi anunciado em 2017 como um piloto para descarbonização, com a usina visando produzir entre 60 mil a 65 mil toneladas por ano.

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