Argentina flexibiliza controle cambial: entenda o que mudou e os efeitos no mercado financeiro
Peso argentino cai 11,38% enquanto ações se valorizam em meio a nova política cambial. Redução dos controles cambiais busca estabilizar a economia e atrair investimentos.
O peso argentino despenca e mercado reage positivamente
Na segunda-feira (14), o peso argentino teve uma queda de 11,38% em relação ao dólar, enquanto os mercados de ações e títulos públicos apresentaram forte alta. Isso ocorreu após o governo de Javier Milei anunciar a redução dos controles cambiais, o famoso “cepo”.
A mudança representa o fim da paridade fixa da moeda, introduzindo um câmbio flutuante baseado na oferta e demanda de mercado. As novas políticas visam melhorar a economia e foram anunciadas no mesmo dia em que a Argentina firmou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 20 bilhões.
Destaques do mercado:
- S&P Merval: alta de 4,70%
- YPF: +10,26%
- Grupo Financiero Galicia: +14,05%
- Grupo Supervielle: +18,07%
- Banco Macro: +15,41%
- BBVA Argentina: +14,78%
A antiga política de câmbio fixo, implementada em 2019, limitava a compra de dólares e visava estabilizar a economia. Agora, o peso flutua entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar e poderá ser comprado e vendido pelo banco central.
Acordo com o FMI:
- Acordo de US$ 20 bilhões, com previsão de US$ 28 bilhões apenas em 2025.
- Recursos ajudarão a fortalecer o balanço patrimonial e acumular reservas de US$ 4 bilhões até o final do ano.
- Meta fiscal primária de 1,3% do PIB para 2024.
A implementação das novas políticas cambiais e o apoio do FMI podem permitir que a Argentina retorne aos mercados de capitais até 2026, dependendo do sucesso fiscal e da acumulação de reservas.