Argentinos compram mais produtos estrangeiros enquanto Milei fortalece o peso
A Argentina registra aumento nas importações enquanto busca combater a inflação, mas enfrenta riscos com escassas reservas de moeda forte. O governo de Milei corta tarifas e regulações, o que pode impactar o setor manufatureiro e aumentar a concorrência.
A Argentina registrou um aumento significativo nas importações, com um crescimento de 30% nos últimos seis meses, enquanto o presidente Javier Milei aposta em um peso forte para combater a inflação.
As importações de produtos como massa italiana, pão brasileiro e manteiga uruguaia aumentaram substancialmente, com dobragem das importações de alimentos nos primeiros dois meses de 2025. As compras de céulas solares e tratores também cresceram significativamente.
A estratégia de Milei para fortalecer o peso, ao mesmo tempo em que afrouxa restrições, trouxe riscos de vulnerabilidade a choques externos e uma possível desvalorização da moeda. A pressão por um empréstimo do FMI se intensifica para reabastecer as reservas do país.
As importações da China mais que dobraram em fevereiro, enquanto líderes empresariais visitam o país em busca de novos fornecedores. Proprietários de lojas relatam aumento nas compras internacionais devido a preços mais baratos.
Atualmente, a Argentina enfrenta um déficit em conta corrente, registrando gastos recordes em turismo e impacto nas reservas do banco central, que estão cerca de US$ 6 bilhões no vermelho. O ministro da economia Luis Caputo anunciou cortes em tarifas para estimular a concorrência.
Entretanto, o aumento das importações pode levar a demissões em setores locais e preocupações sobre a competitividade. Embora alguns especialistas prevejam um crescimento da economia com aumento de exportações de petróleo e gás, outros alertam que a valorização do peso pode continuar pressionando a conta corrente.