Armênia e Azerbaijão aceitam termos de acordo de paz após 40 anos de conflito
Azerbaijão e Armênia avançam para assinatura de tratado de paz após décadas de conflito, com exigências constitucionais pendentes. Apesar da concordância sobre o texto do acordo, o cronograma para a formalização continua indefinido.
Armênia e Azerbaijão concordam com tratado de paz para encerrar quase 40 anos de conflito por Nagorno-Karabakh.
Autoridades dos dois países anunciaram, em 13 de outubro, que o texto do tratado está pronto para assinatura. Contudo, o Azerbaijão exige que a Armênia altere sua Constituição como condição prévia.
O conflito teve início no final dos anos 1980, quando Nagorno-Karabakh, região controlada pelo Azerbaijão, declarou independência com apoio armênio. A Armênia está disposta a iniciar as consultas sobre data e local da assinatura, segundo seu Ministério das Relações Exteriores.
A chancelaria do Azerbaijão expressou satisfação com o término das negociações, mas o cronograma para assinatura permanece incerto. O Azerbaijão reivindica um corredor de transporte através da Armênia e a reformulação da Constituição armênia, que, segundo eles, faz reivindicações territoriais.
O primeiro-ministro Nikol Pashinyan reiterou a necessidade de um referendo para a substituição do documento fundacional da Armênia. Nenhuma data foi definida para consequências.
História do Conflito: Nagorno-Karabakh, com 95% de sua população armênia, foi designada arbitrariamente aos azeris por Josef Stálin em 1920. Após duas guerras (1988-1994 e 2020), a região voltou a ser foco de disputas, resultando em grandes deslocamentos populacionais.
Após a reconquista de Karabakh pelo Azerbaijão em setembro de 2023, quase 100 mil armênios étnicos fugiram para a Armênia, vivendo como refugiados. O progresso rumo a um tratado final tem sido lento.
Relatos de expulsões evidenciam a gravidade da situação, como o de Artur Bardasayan, que, junto a 120 mil armênios, teve apenas 24 horas para deixar a região, abandonando tudo.