As anotações e documentos secretos que a PGR usa para acusar Bolsonaro e aliados na trama golpista
Julgamento no STF analisará as ações do "núcleo crucial" na tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro. Acusações baseadas em evidências coletadas pela PF e delações implicam líderes do governo anterior em planos de desestabilização institucional.
Julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus começa no STF
A partir de hoje (02/09), o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, acusados de planejar um golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
Os réus fazem parte do que a Procuradoria-Geral da República (PGR) chama de "núcleo 1" da trama, composto pelos principais articuladores do golpe. A denúncia é baseada em evidências da Polícia Federal e na delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
A ação penal é relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, que enfrenta críticas dos advogados dos réus, que alegam parcialidade e invalidade das provas.
Evidências contra os réus:
- Caderno de Augusto Heleno: Contém anotações questionando o sistema eleitoral e referências a "fraudes".
- Documentos de Alexandre Ramagem: Arquivos sugerindo vulnerabilidades nas urnas eletrônicas.
- Plano "Punhal Verde Amarelo": Documento encontrado com Mário Fernandes, prevendo a restrição de liberdade de autoridades e até atentados.
- Rascunho de decreto golpista: Achado em um dos aparelhos de Mauro Cid, elaborado para declarar Estado de Sítio.
- Minuta do "Gabinete de Gestão de Crise": Documento detalhando criação de um gabinete para apoiar Bolsonaro em ações golpistas.
A defesa alega que não há provas concretas ligando os réus aos crimes, contestando a credibilidade das evidências e delações apresentadas.
O desfecho deste julgamento é de grande importância para a estabilidade política do Brasil e pode ter consequências sérias para todos os envolvidos.