As evidências da ‘erosão’ do dólar, segundo o JP Morgan
A queda do dólar nas reservas dos bancos centrais e no comércio de commodities sinaliza uma mudança significativa na economia global. O aumento da demanda por ouro e a utilização de moedas locais para transações comerciais refletem essa tendência de desdolarização em andamento.
Desdolarização da economia mundial em destaque
Um relatório do JP Morgan revela sinais crescentes de desdolarização nas reservas dos bancos centrais e contratos de commodities.
Principais pontos:
- Queda do dólar: Percentual do dólar nas reservas dos bancos centrais chega ao menor valor em 20 anos.
- Comércio de commodities: Moeda americana perde espaço, com a Rússia usando moedas locais para exportações de petróleo, especialmente para Índia, China e Turquia.
- Transações em iuan: Empresas indianas liquidam contratos com a Rússia em iuan, favorecendo esses países.
- Vantagem para emergentes: India, China, Brasil, Tailândia e Indonésia podem comprar petróleo a preços descontados e efetuar pagamentos em suas próprias moedas.
- Aumento da demanda por ouro: China, Rússia e Turquia são grandes compradores, com a alocação em ouro subindo de 4% para 9% entre reservas de emergentes.
- Redução de Treasuries: Posicionamentos em títulos americanos caíram de mais de 50% para 30% ao longo de 15 anos. Japão é o maior detentor com 4%.
O analista Jay Barry alerta: “Qualquer venda significativa por estrangeiros teria grande impacto nos yields.” Cada 1 ponto percentual de redução nas posições estrangeiras eleva os juros em 33 basis points.
Segundo Luis Oganes, a desdolarização reflete mudanças estruturais na demanda pelo dólar, associada à erosão do excepcionalismo americano.
Fatores que afetam a confiança no dólar incluem questões internas nos EUA e eventos externos que possam fortalecer moedas alternativas.
Finalmente, o dólar ainda é relevante nos depósitos bancários de alguns países emergentes, principalmente na América Latina, onde a falta de credibilidade das moedas locais é um desafio.