As lojas sem funcionários na Coreia do Sul que contam com honestidade dos clientes
A escassez de mão de obra e o aumento do salário mínimo levam proprietários de estabelecimentos a investir na automação. Com lojas sem funcionários, a Coreia do Sul redefine o comércio varejista e cria novas oportunidades de negócios.
Nova tendência na Coreia do Sul: lojas sem funcionários estão se proliferando nas áreas urbanas.
Aos poucos, uma mudança significativa no comércio está se desenrolando nas periferias de Seul. Com a automática predominando, lojas como sorveterias e bares operam sem nenhum funcionário.
Kang Sung-rae, fundador do bar Sool 24, declara que isso permite altos lucros e tempo para novos projetos. Ele buscou alternativas devido ao aumento do salário mínimo, aproximado de US$ 7 por hora.
A taxa de natalidade da Coreia do Sul é a mais baixa do mundo (0,72 filhos/mulher em 2023), resultando em menos pessoas no mercado de trabalho. Essa baixa fertilidade e o aumento dos salários impulsionam a automatização.
A pandemia de covid-19 acelerou essa mudança, oferecendo uma solução para restrições sociais e economia de custos com pessoal.
A nova geração se recusa a aceitar empregos em áreas consideradas "3D" (sujo, perigoso e difícil). Em vez disso, busca oportunidades em setores mais valorizados e tecnológicos.
O Instituto de Pesquisas Econômicas da Coreia prevê que 43% dos empregos podem ser automatizados nos próximos 20 anos. Iniciativas, como a de Kwon Min-jae da empresa Brownie, evidencia a crescente administração de lojas sem funcionários.
Mesmo sem equipe fixa, estas lojas precisam de manutenção, e proprietários preferem terceirizar esse trabalho para evitar desgaste.
Graças à segurança, o índice de roubos é baixo. Kim relata que frequentemente clientes esquecem de pagar e retornam para regularizar. Os custos com segurança seriam maiores que os prejuízos.
Com a automatização, outras profissões também enfrentarão desafios, especialmente com a chegada de veículos autônomos. A previsão é que mais de 890 mil novos trabalhadores sejam necessários até 2032, para sustentar o crescimento econômico da Coreia do Sul.
Embora existam preocupações sobre o futuro do trabalho, empreendedores como Kim estão otimistas com as novas oportunidades que surgem nesse mercado inovador.
Esta reportagem se baseia em um episódio da série Business Daily, do Serviço Mundial da BBC.