HOME FEEDBACK

As pessoas que moram no aeroporto de Madri: 'Trabalho, mas não consigo pagar aluguel'

A situação de Miguel e outros migrantes em Madri revela a crise habitacional e social enfrentada na capital espanhola. A nova medida da Aena de proibir pernoite no aeroporto agrava a busca por abrigos adequados e expõe a fragilidade dessa população.

Proibição no Aeroporto de Madri: Desde 24 de julho, a Aena, empresa que gerencia aeroportos na Espanha, proibiu que pessoas sem passagem durmam no Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas. Isso coincide com a abertura de um abrigo temporário com 150 vagas, administrado pela Prefeitura de Madri.

O aeroporto era refúgio de migrantes e sem-teto. A Prefeitura de Madri e a Aena trocam acusações, sem oferecer soluções duradouras.

Histórias de quem dorme no aeroporto: Miguel, um venezuelano de 28 anos, dorme no aeroporto há sete meses, devido à incapacidade de pagar aluguel. Ele é um trabalhador, mas ainda assim enfrenta grandes dificuldades financeiras. O aluguel médio em Madri é de 900 euros, representando quase 70% do salário mínimo.

Condições de sobrevivência: Miguel impôs a si mesmo regras básicas para manter a dignidade: uma refeição por dia, banhos regulares e saídas ao ar livre. Compartilha o espaço com outras 30 pessoas, incluindo María, uma mãe venezuelana de 68 anos que também dorme no aeroporto com seu filho.

Causas da migração: Miguel deixou a Venezuela após enfrentar ameaças políticas. Ele chegou a Madri em busca de segurança, mas acabou sem teto depois de ser enganado ao alugar um quarto.

Abrigo temporário e condições sociais: As organizações sociais relatam um aumento no número de pessoas dormindo em Barajas devido ao frio e às chuvas. A Prefeitura afirma que apenas pessoas cadastradas podem acessar o abrigo, excluindo muitos, como Miguel, que é asilado político.

Diante da situação, organizadores sociais pedem mais envolvimento e coordenação entre as autoridades para melhor atender as necessidades dos vulneráveis. Miguel e outros enfrentam a luta diária para manter a dignidade em meio a condições difíceis, com apoio limitado.

Leia mais em bbc