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As reformas cambiais de Milei provocam a pior onda de inadimplência corporativa desde 2020

A flexibilização das restrições cambiais gerou ganhos para investidores, mas também resultou em um aumento recorde na inadimplência entre empresas argentinas. A dificuldade de acesso ao crédito e os altos custos de empréstimos impactam a recuperação econômica e a saúde financeira dos setores mais vulneráveis.

Reformas de Javier Milei estabilizam o mercado cambial da Argentina, mas também geram recorde de inadimplências corporativas desde a pandemia.

Custos de empréstimos locais aumentam, especialmente para empresas dependentes do peso, que enfrentam fluxos de caixa apertados e altos níveis de endividamento.

Mais de seis empresas já entraram em default ou iniciaram negociações de dívida este ano, incluindo o Grupo Albanesi. Essas mudanças ocorreram em um momento de fragilidade financeira para as companhias.

Segundo Ezequiel Fernandez, da Balanz Capital, as reformas exigem um nível de "destruição criativa" para melhorar a situação macroeconômica da Argentina.

Empresas anteriormente utilizavam títulos atrelados ao dólar para garantir taxas negativas, mas essa estratégia não funciona mais. Desde a ascensão de Milei, o apetite por esses instrumentos diminuiu.

A taxa de juros média para títulos vinculados ao dólar subiu para 11% no primeiro trimestre de 2025, mais do que o dobro do ano anterior. Como resultado, vendas caíram drasticamente para US$ 2 milhões.

As inadimplências aumentam, com um total de oito inadimplências desde novembro, incluindo o Grupo Albanesi. As empresas enfrentam margens reduzidas, custos operacionais altos e concorrência internacional.

Empresas de menor porte (classificadas como A+ e abaixo) enfrentam os maiores riscos de refinanciamento, enquanto aquelas com acesso a mercados globais navegam melhor pela crise.

Dentre as empresas que escaparam do default estão YPF, Pampa Energia, e Telecom Argentina. Já a Celulosa Argentina e a Petrolera Aconcagua Energia anunciaram reestruturações de suas dívidas.

Fernandez observa que muitas empresas inadimplentes já estavam em dificuldades antes das reformas, e que a situação deve se agravar sem intervenção adequada.

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