Às vésperas da pausa de tarifas de Trump, EUA sentem efeitos sutis, com impacto ainda por vir, dizem economistas

Estados Unidos enfrentam efeitos iniciais do tarifaço de Trump, à véspera do fim do prazo para acordos comerciais.

Índice de tarifas nos EUA subiu para 14,1%, de 2,3% no ano anterior, segundo a Fitch Ratings.

A expectativa do governo era pressionar parceiros comerciais a renegociar condições, mas a inflação segue sob controle.

A pausa sobre tarifas para 60 países termina em 9 de julho, com apenas três acordos fechados (China, Reino Unido e Vietnã). Analistas aguardam decisões de Trump.

A inflação pode atingir 6,3% até 2025, e 3,7% até 2026, conforme estimativas do Goldman Sachs. O JPMorgan projeta uma quase duplicação da inflação subjacente até o fim deste ano.

Em maio, os preços ao consumidor subiram 2,4%, levemente acima de 2,3% em abril, a menor inflação desde fevereiro de 2021. O índice PCE mostrou inflação de 2,5%, o menor nível desde março de 2021.

Jerome Powell, presidente do Fed, observa que a inflação está baixa devido a estoques amplos de produtos importados antes das tarifas.

A empresa Telsey Advisory Group indica que apenas 19 de 80 itens monitorados tiveram aumento de preços desde abril.

Enquanto isso, importações caíram drasticamente e a incerteza cresce. Pesquisa da Universidade de Michigan mostra queda nas expectativas de inflação de 6,6% para 5,1%.

Trump planeja notificar países sem acordos até 9 de julho, estabelecendo tarifas adicionais.

As tarifas aplicadas à China caíram de 145% para 30%, enquanto o Vietnã terá taxa de 20% e o Reino Unido conseguiu reduções sobre aço e peças aeroespaciais.

O Brasil enfrenta tarifa linear de 10%, com tentativas de negociação de isenções e cotas ainda sem sucesso.

Tarifas sobre aço também passarão a incidir sobre eletrodomésticos, aumentando o alcance das sobretaxas.

Powell afirma que os aumentos de preços são localizados e não há uma disseminação generalizada da inflação por ora.