Às vésperas de tarifaço de Trump, governo Lula pode favorecer indústria chinesa de automóveis
O governo Lula se prepara para uma reunião crucial com a BYD, que busca reduzir tarifas de importação, enquanto se aproxima a aplicação das novas tarifas de Donald Trump. Críticas da indústria nacional aumentam à medida que a empresa chinesa avança com seus planos de produção no Brasil.
Governo Lula pode favorecer indústria chinesa de automóveis no Brasil, às vésperas da implementação de tarifas de 50% pelo governo Trump. Uma reunião da Gecex-Camex está marcada para 30 de julho para discutir pleitos da BYD.
A BYD pediu uma redução de impostos sobre kits SKD e CKD, atualmente em 20% para híbridos e 18% para elétricos, para 5% e 10%, respectivamente. Os kits serão utilizados na fábrica da BYD em Camaçari, Bahia.
O governo nega que a reunião esteja relacionada ao tarifaço de Trump, que começa em 1º de agosto. A BYD também está reconsiderando sua produção na Europa devido à baixa demanda por carros elétricos.
O presidente Lula elogiou a BYD, dizendo que está fazendo “uma revolução na indústria automobilística brasileira” e planeja visitar a fábrica em agosto. A BYD começou suas operações em Camaçari no final de junho, onde produzirá os modelos Dolphin Mini e Song Pro, ambos elétricos.
No entanto, os carros será inicialmente montados aqui, e a empresa busca diminuir o valor de importação dos kits, enfrentando críticas da indústria nacional. A Anfavea e sindicatos enviaram cartas aos ministros contrários à redução tarifária.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, alertou que a indústria pode rever investimentos de R$ 180 bilhões previstos até 2030 se a demanda da BYD for aceita.