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Assessor de vice-presidente do Senado atua como ‘corretor de emendas’ para prefeituras

Assessor de Eduardo Gomes é acusado de intermediar emendas parlamentares para prefeituras do Tocantins. O senador defende que as destinações de verbas são feitas diretamente entre ele e os prefeitos, sem intermediários.

Assessor do vice-presidente do Senado é investigado por “corretagem” de emendas

Um assessor do vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO), atua como “corretor” de emendas parlamentares para prefeituras no Tocantins desde 2017. Eliomar Correia gerencia a empresa Gesconv Convênios, recebendo ao menos R$ 410 mil de prefeituras da região.

Em resposta à reportagem, Eduardo Gomes afirmou que Eliomar é assessor de Orçamento e não há “impedimento legal” para sua atuação, ressaltando que as emendas são destinadas diretamente aos prefeitos.

Eliomar não é o único a operar no setor de emendas. Um ex-assessor, João Batista de Magalhães, é investigado pela Polícia Federal por envolvimento em esquema de desvio de emendas. O ex-motorista de Gomes, Lizoel Nilson Lopes Bezerra, também está ligado a cobranças de percentuais de emendas.

A empresa de Eliomar possui contratos com prefeituras, com pagamentos de R$ 410 mil entre 2018 e 2024, e a União empenhou R$ 121,8 milhões para essas localidades.

Eduardo Gomes foi o segundo parlamentar que mais direcionou recursos às cidades mencionadas, totalizando R$ 6,1 milhões em emendas. A maior emenda, no valor de R$ 1,2 milhão, ainda não foi paga.

Os contratos de Eliomar com a prefeitura de Caminhos Lindos foram firmados em 2020, coincidentemente, após ele ter trabalhado na elaboração das emendas.

Eduardo Gomes ainda afirma que a consultoria de Eliomar não envolve intermediários nas emendas, enquanto as investigações sobre João e Lizoel incluem alegações de práticas irregulares.

A Primeira Turma do STF aceitou a denúncia contra deputados envolvidos em investigação de emendas destinadas à saúde em São José de Ribamar (MA).

Eduardo Gomes garante que todas as emendas individuais foram destinadas ao Tocantins, e tanto João quanto Eliomar não responderam à reportagem.

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