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AstraZeneca mira EUA e Londres tem 1º semestre mais lento no volume de IPOs em 28 anos

A saída da AstraZeneca para os Estados Unidos reflete uma tendência crescente de empresas britânicas buscando mercados com mais liquidez. Com um volume de IPOs em declínio, especialistas alertam para consequências severas na confiança do setor financeiro local.

Londres registra o semestre mais lento em IPOs desde 1997. A situação é agravada pela intenção do CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, de transferir a listagem da empresa para os Estados Unidos.

O movimento reflete a busca por mercados com maior liquidez, levando ao fechamento constante de capital de empresas e escassez de ofertas públicas iniciais.

Nos últimos anos, empresas listadas em Londres com valor superior a US$ 100 bilhões projetaram ou executaram planos de mudança para Nova York, conforme dados da Bloomberg.

A frustração de Soriot com o regime regulatório do Reino Unido deseja melhorar a competitividade do setor de ciências da vida em relação a EUA e China. Sua saída pode ter grandes repercussões e estimular outras transferências, tornando atrativos novos IPOs ainda mais desafiadores.

No primeiro semestre, as empresas listadas em Londres arrecadaram menos de 200 milhões de euros (US$ 274 milhões). Além disso, o giro de ações em recibos depositários nos EUA supera o de Londres.

Tendências de aquisições por empresas listadas no Reino Unido, como Spectris e Deliveroo, preocupam, pois podem retirar ainda mais empresas da bolsa. Charles Hall, da Peel Hunt, destacou que a redução de IPOs e fusões prejudica o crescimento no país.

Apesar das dificuldades, espera-se que o segundo semestre traga alguns IPOs, com possibilidade de recuperação hesitante a partir de 2026. Tom Bacon acredita que a reabertura não será forte, mas pode ganhar impulso gradualmente.

A maior oferta até agora em 2025 foi da MHA, com 98 milhões de euros na bolsa júnior AIM de Londres. Outros IPOs, como o da Cobalt Holdings, foram cancelados, e a Shein transferiu seus planos para Hong Kong.

Empresas como NewPrinces, a pagadora Ebury e a mineradora Navoi Mining ponderam IPOs em Londres ainda este ano.

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