Ata repete 5 vezes que BC manterá juro por longo período; cortes devem vir só em 2026
Copom reafirma manutenção da Selic em 15% por um longo período, com economistas projetando cortes apenas a partir de 2026. Análises destacam a necessidade de observar os efeitos da política monetária atual e o impacto de riscos fiscais.
Copom mantém a Selic em 15% por tempo prolongado
Na ata divulgada hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a necessidade de manter a taxa Selic em 15% por um "período bastante prolongado". Economistas acreditam que os cortes só devem acontecer a partir de 2026.
A análise da XP indica que, apesar da inflação e da atividade econômica estarem moderando, ainda estão em níveis desafiadores. O comitê sinaliza que a política monetária permanecerá restritiva, citando essa necessidade em cinco ocasiões na ata.
Expectativas de inflação e risco fiscal foram mencionados como fatores de preocupação. Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, destacou que a desancoragem das expectativas pode atrasar a convergência da inflação para a meta.
A perspectiva do Inter sugere que a discussão sobre a redução da restrição monetária pode começar no final de 2025, dependendo do orçamento fiscal. Caso não haja compensações adequadas, a Selic pode continuar em 15% por mais tempo.
Fabio Kanczuk, do ASA, acredita que a ata tem um tom "dove" e não deve influenciar significativamente o mercado. A expectativa continua que a Selic permaneça em 15% nas próximas reuniões.
Luis Otávio Leal, da G5 Partners, reitera que a inflação ainda não está compatível com a meta. A comunicação do Copom é de aguardar os efeitos do ajuste atual antes de qualquer nova ação.
O Itaú espera que a Selic fique em 15% até o final do ano, com flexibilização apenas em 2026. O Goldman Sachs indica que cortes podem ser considerados no final de 2025, mas enfatiza a paciência do Copom em relação às expectativas de inflação.