Ataques de Israel e dos EUA aumentaram motivação do Irã para desenvolver bomba atômica, diz especialista
Ataques de Israel e EUA ao Irã podem ter atrasado programa nuclear, mas especialista avisa que motivação iraniana por armamento nuclear aumentou. Raz Nimmt defende a importância de um novo acordo internacional para limitar a capacidade nuclear de Teerã.
Israel e EUA justificam ataques ao Irã em junho, alegando que Teerã estava próximo de desenvolver uma bomba atômica.
A operação mirou instalações nucleares em Isfahan, Natanz e Fordow, com a promessa de atrasar o programa nuclear por alguns anos, segundo Raz Nimmt, ex-oficial da inteligência israelense.
Nimmt acredita que os ataques podem ter aumentado a motivação do Irã por armas nucleares. "A guerra em junho é vista como a Segunda Guerra Imposta", destaca.
Ele observa que discursos dentro do Irã agora reforçam que a possessão de uma bomba é a única forma de dissuadir ataques dos EUA e Israel, o que preocupa Nimmt.
Se Teerã decidir perseguir uma bomba, Nimmt acredita que fará isso clandestinamente, utilizando laboratórios ocultos em vez das instalações previamente destruídas.
Avaliando os ataques, Nimmt argumenta que o programa nuclear do Irã não foi completamente destruído e sugere que Israel ainda pode destruir a capacidade do regime de construir mísseis nucleares.
Sobre a guerra, ele considera que houve uma justificativa para os ataques, pois podem abrir uma oportunidade para que EUA e a comunidade internacional limitem as atividades de enriquecimento do Irã.
Nimmt lamenta a decisão de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear da era Obama, que, segundo ele, estava efetivo em retardar o programa iraniano.
Ele conclui que, enquanto o regime iraniano persistir, a única solução viável para Israel é manter a força militar para impedir o desenvolvimento de armas nucleares, com a esperança de um novo acordo no futuro.