Ato de Bolsonaro amplia escopo para aproveitar desgaste de Lula, mas há temor de esvaziamento
Organizadores enfrentam incertezas sobre a adesão à manifestação, marcada pela convocação em cima da hora e a falta de um foco claro. Enquanto isso, esforços são feitos para capitalizar a insatisfação popular e reforçar a pauta de anistia.
Manifestação bolsonarista ocorre neste domingo, 29, em São Paulo, com apoio direto do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. O objetivo é manter a militância mobilizada em um momento crítico, com aproximação de uma possível condenação.
Nos bastidores, há apreensão sobre a participação. Fatores como convocação de última hora, férias escolares e frio na capital paulista podem limitar o público na Avenida Paulista.
Com o lema "Justiça Já", a falta de consenso entre os organizadores sobre o foco leva a um protesto mais genérico. Segundo o pastor Silas Malafaia, cada orador abordará temas distintos.
O principal objetivo é evitar que o PL da anistia perca força, apesar do ceticismo crescente sobre suas chances no Congresso. A anistia para os condenados do 8 de janeiro já é menos popular, especialmente devido à crise no INSS e derrotas do governo no Congresso.
Os organizadores também buscam ampliar o escopo do protesto, aproveitando a insatisfação popular para levantar pautas econômicas e sociais. Malafaia destacou: “Justiça sobre os que foram roubados no INSS, justiça para quem paga mais impostos e pelos alimentos caros”.
No entorno de Bolsonaro, há cautela sobre o tom contra o ministro Alexandre de Moraes. Aliados evitam antecipar um ataque direto de Bolsonaro. A expectativa é que Malafaia concentre as críticas mais duras.
Malafaia já prometeu usar o ato para denunciar arbitrariedades de Moraes, reafirmando: “Continuarei fazendo no domingo”.