Ato delinquente do bolsonarismo no Congresso serviu de escada para agenda da impunidade parlamentar
O acordo entre bolsonaristas e lideranças do centrão garante proteção aos parlamentares contra investigações. A proposta visa blindar políticos, enquanto a discussão sobre a anistia a Bolsonaro fica em segundo plano.
Sequestro do Parlamento bolsonarista resultou em um acordo que favorece a agenda de impunidade no Congresso. A liderança de Arthur Lira nas negociações foi crucial para a devolução da Câmara à República.
O fim do assalto gerou um oportunismo corporativista: blindagem de políticos contra investigações criminosas, uma antiga bandeira de Lira. Essa proposta, que não avançou antes, agora tem boas chances.
O pacto entre lideranças bolsonaristas e do centrão inclui a proibição de investigações contra parlamentares sem aval do Parlamento e três graus de julgamento, tirando o STF do processo.
Esse movimento busca proteger os parlamentares de Alexandre de Moraes, permitindo apoio à reabilitação de Bolsonaro. A prioridade do bolsonarismo mudou para a blindagem, com a anistia de Bolsonaro perdendo espaço.
Partidos como PP, PSD e União Brasil apoiam o fim do foro privilegiado no STF, visando proteção contra inquéritos relacionados a emendas parlamentares, não apenas contra Moraes ou Bolsonaro.
Na quarta-feira, a oposição bolsonarista celebrou um aparente acordo para votação da anistia ao ex-presidente. Contudo, o real acordo foca na blindagem dos parlamentares, com uma votação acelerada programada para a próxima semana.
Discussões sobre a anistia a Bolsonaro estão sendo usadas como uma estratégia para desviar o foco, tornando a questão uma manobra que beneficia o Congresso.