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Auditor acusado de receber propina tem salário de R$ 33,8 mil e tirou licenças-prêmio em série

Auditor fiscal é preso em operação por corrupção enquanto ajudava empresas a obter créditos de ICMS indevidos. Investigação aponta envolvimento de outras pessoas na Secretaria da Fazenda e enriquecimento suspeito de consultoria ligada à família do auditor.

Auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto foi preso na terça-feira (13) por receber propinas das redes Ultrafarma e Fast Shop, segundo o MP-SP.

Artur, com salário bruto de R$ 33,8 mil, é supervisor na Sefaz-SP e foi acusado de ajudar as empresas a acelerar créditos de ICMS, incluso a aprovação de valores excessivos.

Graduado em engenharia pelo ITA e supervisor desde 2006, Artur já tirou diversas licenças-prêmio e se ausentou do trabalho em várias ocasiões nos últimos meses.

A operação chamada Ícaro resultou na prisão de outros envolvidos, incluindo o empresário Sidney Oliveira e o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes.

Os pagamentos feitos pelas empresas ao auditor eram transferidos para a consultoria Smart Tax, da qual a mãe de Artur era sócia. O patrimônio dela cresceu de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023.

Investigações revelaram que Artur orientava executivos, preparava documentos e acelerava análises, autorizando também a transferência de créditos de ICMS entre empresas.

O auditor contratou uma empresa de cibersegurança para possivelmente ocultar ativos ilícitos. O MP acredita que existem outros envolvidos na Sefaz-SP.

A Sefaz-SP afirmou estar colaborando com as autoridades e instaurou um procedimento administrativo para apurar a conduta de Artur.

Os envolvidos ainda não tiveram acesso completo aos autos da investigação, que corre em segredo de Justiça.

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