Aumento de crimes de ódio em Portugal preocupa Europa
Relatório da ECRI aponta crescimento alarmante de crimes de ódio em Portugal, com aumento significativo de queixas judiciais. A recente prisão de militantes neonazistas destaca a gravidade da situação e a necessidade de ação imediata.
Crescimento de crimes de ódio em Portugal: um relatório da ECRI apontou um aumento acentuado do discurso de ódio, principalmente contra migrantes, ciganos, LGBTQIA+ e negros.
As queixas judiciais por crimes de ódio quase quintuplicaram, passando de 63 em 2019 para 347 em 2024, conforme dados da polícia.
No dia 21 de setembro, a polícia prendeu seis membros do Movimento Armilar Lusitano, uma milícia neonazista, durante a "Operação Desarme 3D". Foram apreendidos explosivos, facas e armas feitas em impressoras 3D.
A coordenadora da Polícia Judiciária, Manuela Santos, revelou que o grupo era monitorado desde 2021 e estava montado a partir de outras estruturas de extrema direita. Informações indicam que eles planejavam um atentado contra a Assembleia da República.
Quatro detidos permanecem presos, incluindo um policial. A ECRI destacou o aumento de agressões por grupos neonazistas, especialmente contra imigrantes.
A pesquisadora Rita Guedes, à frente da pesquisa Knowhate, observa que o discurso de ódio em Portugal é similar ao de outros países europeus, frequentemente vinculado ao racismo que, notavelmente, não é considerado crime no país.
Guedes indicou que a crise da pandemia pode ter exacerbado a busca por "culpados", aumentando o preconceito. A pesquisa sugere um intercâmbio de ideias entre grupos extremistas em toda a Europa.
Uma série de ataques, como a agressão ao ator Adérito Lopes, mostram a gravidade da situação. A polícia está atenta à conexão entre esses grupos, o que pode exigir uma cooperação policial internacional.