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Aumento do etanol na mistura da gasolina começa a valer, e governo espera queda no preço; entenda

Nova mistura de gasolina promete diminuir importações e estimular produção de etanol. A expectativa é que o E30 reduza o consumo de gasolina e gere benefícios ambientais e econômicos para o país.

Nova mistura de gasolina E30, com 30% de etanol anidro, entrou em vigor em 1º de agosto. A medida visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impulsionar a produção de etanol.

A expectativa é que o E30 reduza o consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros por ano, possibilitando que o Brasil deixe de ser um importador líquido do produto. Estima-se que 760 milhões de litros deixem de ser importados, resultando em um excedente exportável de até 565 milhões de litros.

Análise da consultoria Argus indica uma redução imediata de até 125 mil m³ por mês nas importações de gasolina. No primeiro semestre de 2025, as importações caíram 12% em relação ao ano anterior.

Gabrielle Moreira, especialista da Argus, afirma que se já devem ser percebidas diminuições nos volumes de importação devido à atual janela de arbitragem desfavorável e menor demanda.

Segundo o MME, o E30 deve contribuir para reduzir os preços da gasolina ao consumidor, ajudar na inflação e estimular o consumo de etanol, além de gerar impactos positivos ambientais. A implementação foi precedida de testes técnicos que comprovaram sua viabilidade para veículos.

A Anfavea considera os resultados dos testes positivos, afirmando que a mistura E30 é relevante na transição energética, destacando benefícios ambientais. A entidade defende a realização de novos testes para uma possível elevação da mistura para 35%.

Adoção do E30 pode resultar em um aumento de até 1,46 bilhão de litros no consumo de etanol anidro. O setor está preparado para atender à nova demanda, com a tradicional indústria do etanol de milho aumentando sua produção.

Apesar do otimismo, há preocupações sobre volatilidade no mercado de etanol e preços elevados de etanol hidratado devido à necessidade de matéria-prima. Luciano Rodrigues, da Unica, afirma que a capacidade do setor sucroenergético pode atender ao aumento de demanda.

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