Aumento do etanol na mistura da gasolina começa a valer, e governo espera queda no preço; entenda

Nova mistura de gasolina E30 com 30% de etanol anidro entrou em vigor em 1º de agosto. A medida, parte da Lei do Combustível do Futuro, busca reduzir a dependência externa de combustíveis fósseis e estimular a cadeia do etanol.

Com o E30, o Brasil deve reduzir o consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros/ano, tornando-se não importador líquido do produto. O MME (Ministério de Minas e Energia) estima que 760 milhões de litros deixarão de ser importados, com um excedente exportável de até 565 milhões de litros.

Impactos nas importações: consultoria Argus aponta redução de 125 mil m³/mês nas compras externas de gasolina. Em 2025, Brasil importou 1,04 milhão de m³, 12% menor que em 2024.

Benefícios econômicos: O MME afirma que a medida deve baixar o preço da gasolina, melhorar a inflação e estimular o consumo de etanol. Testes técnicos comprovaram a viabilidade do E30 para veículos e motocicletas movidos a gasolina.

A Anfavea elogia os resultados dos testes, confirmando a ausência de impactos negativos em motores. A transição energética é vista como relevante, especialmente com a infraestrutura existente para distribuição.

Expectativa de aumento na demanda: O governo prevê um aumento de até 1,46 bilhão de litros no consumo de etanol anidro, já com o setor preparado para atender a nova demanda.

Desafios no curto prazo: Apesar do otimismo, o aumento na demanda pode incrementar os preços do etanol hidratado. Consultores alertam para a volatilidade do mercado de etanol, especialmente em uma safra de cana atrasada.

O setor está pronto para atender à demanda adicional de etanol anidro, com capacidade instalada, incluindo etanol de milho e previsões futuras de expansão.