Aumento do IOF: o que muda para investir em fundos, alvos da polêmica?
Revogação parcial do decreto que aumentava o IOF traz alívio para investidores de fundos multimercados e evita impactos negativos iminentes. Apesar da reação do governo, incertezas persistem e a insegurança no mercado permanece.
Investidores de fundos multimercados receberam alívio na quinta-feira (22) após o governo revogar parcialmente um decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aplicações no exterior.
A medida original previa a elevação da alíquota de 0% para 3,5% sobre investimentos internacionais de fundos locais, gerando preocupação no mercado. Gestoras e analistas temiam a inviabilidade do setor na Faria Lima, em São Paulo.
Com a pressão contra o decreto, o governo decidiu manter a alíquota zerada para fundos, mantendo a situação dos cotistas. Apesar disso, houve um aumento da insegurança sobre investimentos no Brasil.
Um gestor enviou uma carta ao governo afirmando que o decreto comprometeria a viabilidade operacional e competitividade dos fundos multimercados. Nas redes sociais, houve protestos contra o aumento do IOF, considerado um retrocesso para o setor.
A Anbima e Érico Pilatti, do escritório Cepeda Advogados, relataram que a decisão do governo trouxe "alívio" ao setor. Porém, houve um risco de impactos negativos nos patrimônios das carteiras dos fundos com o aumento do IOF.
Marilia Fontes, da Nord Investimentos, ressaltou que a medida poderia ser devastadora em um setor já afetado pelos altos juros. A insegurança jurídica criada pelo governo também pode afetar a expectativa de recuperação do mercado de ações.
Um gestor anônimo apontou a falta de comunicação do governo como fonte de insegurança, refletindo em dificuldades de arrecadação. Manoela Vargas, da TAG Investimentos, destacou a força do mercado em reverter a decisão a tempo, mas ainda restam incertezas sobre outras medidas não revogadas.