Auxílios-doença por ansiedade têm maior patamar em dez anos no INSS
Aumento significativo dos auxílios-doença reflete a crise de saúde mental no Brasil, com ansiedade e depressão liderando as concessões. Especialistas apontam para a pressão do mercado de trabalho e mudanças no cotidiano como fatores agravantes.
Auxílios-doença por ansiedade atingem o maior número de concessões em dez anos, liderando o ranking do Ministério da Previdência Social pelo quarto ano consecutivo. Aumentaram em 76% em comparação ao ano anterior, enquanto os afastamentos por depressão subiram 69%.
Os casos de auxílios concedidos pelo INSS tiveram um aumento de quase 40%. O ranking elaborado pelo ministério inclui quase meio milhão de concessões de benefícios por incapacidade temporária, um aumento de 67% em relação ao ano passado.
A advogada Priscila Arraes afirma que o aumento das concessões está relacionado ao adoecimento mental após a pandemia. A precarização do trabalho desde 2017 e a pressão do home office também são fatores que contribuem para este cenário.
Ela destaca que o ambiente de trabalho invade o espaço familiar e a falta de proteção social afeta a saúde mental. O aumento de auxílios-doença *também* se verifica em transtornos físicos, pois muitas cirurgias eletivas e exames de rotina foram adiados durante a pandemia.
A advogada previdenciária Adriane Bramante atribui o aumento de afastamentos à maior exigência do mercado e ao imediatismo das tecnologias.
Para mitigar esses problemas, foi publicada a NR-1, que estabelece responsabilidades dos empregadores sobre a saúde psicológica dos trabalhadores. As empresas precisam implementar práticas para controle dos riscos ocupacionais.
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, menciona a continuidade do Atestmed, permitindo que os segurados solicitem auxílio sem perícia médica. O processo de pedido deve ser feito pelo Meu INSS ou pela Central Telefônica 135, com necessidade de atestado médico e documentação adequada.