Avaliação do impacto das tarifas dos EUA é fundamental para definir próximos passos da política monetária, afirma BC
Relatório do Banco Central revela que incertezas sobre tarifas dos EUA afetam a confiança global. Medidas de política monetária devem ser calibradas para lidar com impactos inflacionários e alterações nas cadeias produtivas.
Relatório de Política Monetária (RPM) do Banco Central (BC), publicado nesta quinta-feira, aponta que a incerteza sobre as tarifas dos EUA gera comportamentos precaucionais em outros países.
Segundo o documento, o anúncio de tarifas comerciais e as dúvidas sobre sua implementação afetam a **confiança dos agentes econômicos** e prejudicam o comércio internacional.
A incerteza impacta os preços e pode comprometer as cadeias produtivas globais. O relatório destaca que expectativas de inflação nas economias avançadas estão divergentes devido ao impacto inflacionário das tarifas e a deflação pela redução no comércio internacional.
Além disso, houve uma redução no apetite ao risco em economias emergentes, devido ao transbordo de preocupações relacionadas à geofragmentação.
A “avaliação adequada” do impacto das tarifas será crucial para definir os próximos passos da política monetária. Fatores como investimentos, taxas de câmbio e parâmetros das tarifas precisam ser monitorados.
O RPM também menciona um ambiente externo desafiador, onde a resiliência da atividade econômica persiste, mas a desinflação está em processo incompleto. A calibragem da política monetária e o impulso fiscal serão fundamentais para a dinâmica da inflação e da atividade econômica.
O relatório notou uma estabilidade relativa nos índices de inflação, mas os núcleos de inflação permanecem elevados, impulsionados por um mercado de trabalho forte e o aumento dos preços de alimentos.
Para as economias avançadas, o grau restritivo da política monetária continua diminuindo, com sinais de maior equilíbrio entre oferta e demanda no mercado de trabalho.
No caso dos EUA, a atividade apresenta solidez, mas com perspectivas de desaceleração. O Federal Reserve expressa cautela nas reuniões de política monetária.
Em relação à economia chinesa, o crescimento do PIB deve continuar forte, enquanto para economias emergentes, riscos e incertezas aumentaram com as tarifas dos EUA, dificultando uma recuperação mais promissora da economia global.