Avanço de Índia, China e Iraque ressalta atraso do Brasil no saneamento
Brasil enfrenta desafios significativos no saneamento básico, com a necessidade urgente de aumentar investimentos para atender a população. Mesmo com avanços recentes, o país ainda está aquém das metas estabelecidas pelo novo Marco Legal do Saneamento.
Brasilesgotamento sanitário e só recentemente tem feito investimentos, especialmente com o setor privado.
Até 2022, o país estava atrás de Índia, Iraque, China e África do Sul no atendimento de coleta e tratamento de esgoto, segundo dados do Banco Mundial.
Apesar dos recentes aportes, o Brasil pode não cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento Básico de 2020, que visa 99% da população com água potável e 90% com esgoto até 2033.
Em 2023, a cobertura era de apenas 83,1% para água e 55,2% para esgoto.
Para atingir as metas, o investimento anual deveria aumentar de R$ 25,6 bilhões para R$ 45,1 bilhões até 2033, com um gasto de R$ 223,82 por habitante.
Os estados estão começando a implementar privatizações e parcerias público-privadas (PPPs) agora, com investimentos significativos em Pernambuco (R$ 18,9 bilhões), Pará (R$ 15,8 bilhões) e outros.
O custo do financiamento é um dos principais desafios, devido à alta taxa de juros (Selic a 15%) e inflação.
Apesar do avanço do setor privado, as empresas estaduais ainda dominam o abastecimento em 3.301 municípios e o esgoto em 1.213.
A Aesbe destacou a dificuldade das estatais em obter financiamento, levando-as a acelerar PPPs e concessões. Desde 2020, houve cerca de 60 leilões com investimento projetado acima de R$ 160 bilhões.