Aversão a risco de ativos cresce com prisão domiciliar de Bolsonaro, diz especialista
Prisão domiciliar de Jair Bolsonaro gera turbulência no mercado e pode complicar negociações comerciais com os EUA. Especialistas alertam para aumento da aversão ao risco e incertezas econômicas no Brasil.
Investidores brasileiros monitoram a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus impactos nas negociações comerciais com os Estados Unidos.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorre às vésperas da entrada em vigor de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, programadas para quarta-feira (6).
Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, destaca que o episódio aumenta a aversão ao risco e amplia as incertezas no cenário político e econômico. “O mercado entra em compasso de espera para entender possíveis mudanças nas tarifas e possíveis retaliações”, disse.
Moreira também observa que a prisão pode dificultar o diálogo entre os governos brasileiro e americano, reduzindo a probabilidade de um consenso para a redução das tarifas. “A comunicação já era praticamente inexistente e agora, piorou.”
A Ativa Investimentos classifica a repercussão como péssima, com manifestações instantâneas sendo registradas em todo o Brasil. O governo americano também condenou a decisão do STF.
Na prática, o cenário pode pressionar o dólar para cima e levar a uma reprecificação negativa dos ativos de risco. Às 9h34, o dólar comercial subia 0,38%, a R$ 5,528. O Ibovespa futuro registrava leve queda de 0,02%, a 133.140 pontos.