Azeite avança no sul de MG, e produtor toca até música erudita para oliveiras
A produção de azeite de oliva na Serra da Mantiqueira cresce exponencialmente, saltando de 40 litros, em 2008, para 150 mil litros, em 2024. No entanto, desafios como fraudes e a ameaça da xylella fastidiosa ainda pairam sobre a nova atividade agrícola da região.
Produção de azeite de oliva na Serra da Mantiqueira teve crescimento significativo, passando de 40 litros em 2008 para 150 mil litros em 2024, de acordo com a Epamig.
Embora a cultura ainda não seja predominante, os preços altos no mercado, com garrafas de 250 ml chegando a custar até R$ 100, têm atraído mais produtores ao ramo.
A fraude é um tema preocupante: no ano passado, 112,3 mil litros de azeite adulterado foram apreendidos em operações conjuntas do Ministério da Agricultura com a Anvisa, Receita Federal e Polícia Federal.
A produção começou a se efetivar em 1990 em Maria da Fé, quando pesquisas começaram a mostrar a viabilidade do cultivo de oliveiras na região. Atualmente, cerca de 200 produtores estão envolvidos, com 65% localizados em Minas Gerais.
O cultivo requer grande esforço: para produzir 40 litros de azeite, são necessários 400 quilos de azeitonas, mantendo-se a proporção de 10 quilos por litro.
Projeções para a safra de 2025 indicam uma queda na produção para 70 mil litros devido à bienalidade da cultura. Contudo, pesquisas na Epamig buscam introduzir variedades mais produtivas.
O azeite extra virgem é a categoria mais valorizada, enquanto o lampante não é recomendado para consumo humano.
Os produtores adotam práticas inovadoras, como o uso de música erudita no cultivo, com o objetivo de melhorar a saúde das oliveiras.
Entre os desafios, destaca-se a bactéria xylella fastidiosa, que ameaça as plantações e demanda intensa pesquisa e inovação para mitigação.
Por fim, especialistas aconselham os consumidores a optarem por marcas confiáveis e garrafas escuras para conservar a qualidade do azeite.