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Baixos salários, informalidade e exaustão: a realidade das trabalhadoras domésticas

Estudo aponta que 57,1% das trabalhadoras domésticas são chefes de família e 64,5% recebem menos que um salário mínimo. A pesquisa revela uma realidade de informalidade, longos deslocamentos e falta de reconhecimento na profissão.

Dijane Clemente, 58 anos, é empregada doméstica há 20 anos e enfrenta uma rotina exaustiva, utilizando seis conduções diárias para trabalhar. Apesar de ter carteira assinada, precisa realizar diárias extras para cobrir as despesas mensais, que incluem um aluguel de R$ 600.

Seu caso é representativo: das 6 milhões de trabalhadoras domésticas no Brasil, 70% relatam cansaço crônico, e 57,1% são chefes de família, segundo estudo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

Além disso, 64,5% dessas trabalhadoras recebem menos que um salário mínimo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios indica um rendimento médio de R$ 1.293.

Em relação à formalidade no setor, apenas 25% têm vínculos formais e 36% contribuem para a Previdência Social. A secretária Laís Wendel Abramo ressalta a precarização do trabalho, que remete a questões históricas de escravidão.

A Lei das Domésticas, completando 10 anos, trouxe avanços, mas ainda existem desafios, como a falta de abono salarial e normas sobre saúde e segurança. O presidente do Instituto Doméstica Legal, Mario Avelino, clama por melhorias na fiscalização e educação trabalhista.

Outra trabalhadora, Gilmara Gomes, 41 anos, relata um trajeto de duas horas para o trabalho e também faz diárias para sustentar sua filha. Ambas expressam a necessidade de reconhecimento, valorização e melhores condições.

A principal demanda destacada é a garantia de direitos, incluindo acesso à saúde e diminuição dos longos deslocamentos, visando um trabalho mais digno. Dijane deseja políticas públicas eficazes para toda a categoria, enfatizando a necessidade de cuidado para aqueles que cuidam.

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