Bajulação e medo integram estratégias de CEOs para lidar com Trump
Líderes empresariais buscam se alinhar ao governo Trump em meio a tarifas e incertezas econômicas. A estratégia de elogios tem sido vista como crucial para garantir a sobrevivência e apoio de suas empresas.
Líderes corporativos americanos adotam uma nova estratégia para se relacionar com o presidente Donald Trump: a bajulação.
No dia 6 de setembro, o CEO da Apple, Tim Cook, presenteou Trump com uma placa gravada no Salão Oval, elogiando seu compromisso com a inovação e a fabricação americana. Trump anunciou que a Apple seria poupada de novas tarifas sobre importações de chips.
No dia anterior, o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, também fez elogios ao presidente, apesar de críticas passadas sobre sua adulação.
Analisadores afirmam que os CEOs aprenderam com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, que sofreu consequências por críticas. A postura submissiva dos líderes foi comparada à corte de Henrique VIII.
O CEO da Ford, Jim Farley, também insinuou que o governo estava comprometido em apoiar a montadora, apesar de prejuízos de US$ 800 milhões devido às tarifas.
O ambiente entre os líderes corporativos é de alta tensão, com um CEO de uma farmacêutica revelando que o setor está apavorado com as ações do governo.
Elon Musk, que havia apoiado Trump, se tornou um crítico após mudanças nas políticas de incentivos fiscais para veículos elétricos, resultando em desentendimentos entre ambos.
A bajulação é vista como uma ferramenta eficaz. Cook e Jensen Huang, CEO da Nvidia, conquistaram concessões após elogios a Trump, enquanto o novo CEO da Intel, Lip-Bu Tan, foi criticado pelo presidente.
Apesar de esperanças iniciais de uma agenda pró-negócios, a realidade caótica das tarifas tem causado perturbações significativas nas grandes empresas.