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Bancada do agro diz não ter sido convidada para evento de Lula

Governo lança plano de R$ 89 bilhões para agricultura familiar, mas enfrenta críticas da Frente Parlamentar da Agropecuária pela ausência no evento. A aproximação com o setor é questionada, especialmente com a apresentação do plano focado em produtores maiores marcada para amanhã.

Presidente Lula lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 no Palácio do Planalto em 30 de outubro.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou que não foi convidada para o evento, incluindo o presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR).

Uma situação semelhante acontecerá na cerimônia de 1º de novembro, quando Lula apresentará o plano para médios e grandes produtores, evidenciando o distanciamento entre o governo e o setor agropecuário, maioritariamente alinhado a Jair Bolsonaro (PL).

O GLOBO entrou em contato com a assessoria da Presidência para confirmar a ausência de convites à bancada agro, aguardando uma resposta.

No evento, estiveram presentes ministros como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (Agricultura) e Fernando Haddad (Fazenda), além do vice-presidente Geraldo Alckmin.

O plano destina R$ 89 bilhões em crédito, compras públicas, seguro e assistência técnica para a agricultura familiar. Desse total:

  • R$ 78,2 bilhões para o Pronaf (alta em relação aos R$ 76 bilhões anteriores)
  • Aumento do limite para compra de máquinas menores de R$ 50 mil para R$ 100 mil, com juros de 2,5% ao ano
  • Máquinas maiores, até R$ 250 mil, com juros de 5%

A taxa de financiamento para itens da cesta básica permanece em 3%. Segundo Teixeira, a intenção é reforçar a soberania alimentar.

O evento ocorreu em meio a tensões com o Congresso após a derrubada de decretos sobre o IOF e resistência à isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil. Haddad criticou Bolsonaro por não reajustar a tabela durante seu mandato.

— O aumento mais cruel de imposto é não reajustar a tabela, fazendo com que o trabalhador pague mais apenas por receber um aumento. Bolsonaro não atualizou nada em mais de quatro anos. Agora, com a proposta do governo, dez milhões de brasileiros já deixaram de pagar, e outros dez milhões poderão ser beneficiados — afirmou Haddad.

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