Banco Central aumenta taxa básica de juros para 14,25%, maior patamar desde governo Dilma, e indica próximo aumento menor
Com alta de 1 ponto percentual, a Selic chega ao maior nível desde 2016, refletindo a preocupação do Banco Central com a inflação. O comitê prevê novas elevações nos próximos encontros, em resposta à economia aquecida e às pressões inflacionárias.
Copom aumenta a Selic para 14,25%
Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros da economia de 13,25% para 14,25%, em uma decisão unânime.
Esse é o maior patamar desde a crise do governo Dilma, em 2015-2016.
A taxa Selic serve como referência para empréstimos e financiamentos, portanto, com a Selic alta, o crédito fica mais caro.
No comunicado, o comitê antecipou que há expectativa de nova alta na próxima reunião, mas em menor nível, de um ponto percentual.
Esta foi a quinta alta seguida na Selic, devido à preocupação com a inflação em um cenário de economia aquecida. Em 2022, o PIB cresceu 3,4%.
O Banco Central define os juros com base no sistema de metas de inflação. Se a inflação está em linha com a meta de 3% ao ano, os juros podem ser reduzidos; se acima, tende-se a mantê-los ou aumentá-los.
Os fatores da inflação incluem:
- Resiliência da atividade econômica
- Mercado de trabalho aquecido
- Alta de gastos públicos
- Pressão do cenário internacional no dólar
Segunda reunião de Galípolo no BC
Esta é a segunda reunião do Copom sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e que assumiu em janeiro de 2023.
É também o segundo encontro com a maioria direta de diretores indicados pelo atual presidente.
Desde 2021, com a autonomia operacional aprovada, os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo, diferente do período em que eram indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.