Banco Central confirma delegado da Polícia Federal como novo presidente do Coaf
Ricardo Saadi, com vasta experiência em combate ao crime organizado, assume a presidência do Coaf em meio a críticas sobre a influência da Polícia Federal. A nomeação busca fortalecer a inteligência financeira e a supervisão contra lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Banco Central confirma nova presidência do Coaf: o delegado da PF Ricardo Saadi assumirá o cargo em 1º de julho, substituindo Ricardo Liáo, que estava no cargo desde agosto de 2019.
Saadi já foi conselheiro do Coaf e, como delegado, possui experiência em combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Atualmente, ele é diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado na PF.
No comunicado oficial, o Banco Central destaca que a "larga experiência" de Saadi contribuirá para a missão do Coaf: produzir inteligência financeira e proteger a sociedade contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
A nomeação enfrentou resistências, com temores no Congresso e no STF sobre a influência da PF. Críticos argumentam que há risco de uso indevido do Coaf para investigar políticos. Apesar de especulações de que Saadi poderia ter seu nome descartado, ele recebeu nova chance de nomeação em março.
Apoiadores de Saadi alegam que o Coaf precisa ser aprofundado para lidar com o crime organizado, uma pressão crescente sobre o governo federal. Afirma-se que suspeitas sobre políticos seguirão os caminhos legais.
O Coaf é responsável por produzir relatórios de inteligência financeira, subsidiando investigações da PF por meio de movimentações bancárias atípicas. Atualmente, o órgão está vinculado ao Banco Central e suas indicações levam em conta o apoio político.
Após as eleições municipais de 2024, o diretor-geral da PF criticou o Coaf, alegando que o órgão não comunicou transações suspeitas. O Coaf rechaçou a afirmação, afirmando que atuou em colaboração com o TSE.
Saadi também já comandou a Superintendência da PF no Rio de Janeiro, de 2018 a 2019, e foi exonerado sob pressão do então presidente Jair Bolsonaro, que mencionou "problemas de produtividade".