Banco Central encurta distância para a meta de inflação
Gabriel Galípolo avança em direção à meta de inflação, com projeções do IPCA melhorando desde sua posse. No entanto, desafios fiscais e incertezas internacionais ainda representam obstáculos para a consolidação desse progresso.
Seis meses de presidência de Gabriel Galípolo no Banco Central (BC) resultaram em significativa melhora nas previsões de inflação. A projeção para o IPCA caiu de 4% para 3,6%, com a meta central sendo 3%.
A desancoragem dos prognósticos retrocedeu 40%, mas 60%% do caminho ainda precisa ser percorrido. Riscos fiscais e instabilidade internacional podem dificultar a progressão.
A comunicação efetiva do BC é um fator chave para a confiança dos investidores. Um estudo do FMI reforçou a importância de manter uma comunicação rigorosa, evitando deslizes nas interações de mercado.
Galípolo tem sido cuidadoso, evitando especulações sobre decisões monetárias e mantendo um discurso coeso e oficial. Ele enfatiza a necessidade de um bom diálogo com a sociedade e a importância da comunicação na eficácia da política monetária.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, elogiou a atuação técnica do banco, considerando que a diretoria está lidando de forma primorosa, mesmo sob pressão do governo para a taxa Selic mais baixa.
Rafaela Vitória, do Banco Inter, notou que a desconfiança que existia em relação a Galípolo desapareceu, mas as expectativas de inflação ainda estão deslocadas. O BC, ao aumentar juros, demonstrou comprometimento com a meta, embora a situação fiscal ainda gere preocupações.
Marco Caruso, do Santander, apontou que a comunicação do BC sob Galípolo se tornou mais cautelosa, refletindo um cenário de incertezas e demandando vigilância prudente. O gap de 60 pontos-base para a meta requer desaceleração na economia e política fiscal mais rígida, atualmente ausente do cenário básico.