Banco Central estima inflação anualizada de 5,5% “nos próximos meses”
O Banco Central projeta que a inflação brasileira ficará dentro da meta de 3% até 2026, apesar de uma recente elevação no índice de preços. A expectativa surge em meio a pressões inflacionárias e mudanças nas regras de aferição da meta pelo CMN.
Inflação no Brasil deve voltar ao intervalo da meta de 3% (1,5% a 4,5%) até 2026, segundo o Banco Central (BC), que divulgou a estimativa no Relatório de Política Monetária em 27 de março de 2025.
A taxa do IPCA foi de 5,06% em fevereiro e deve subir para 5,6% em março. As projeções do BC consideram as expectativas da Selic e do câmbio.
No trimestre encerrado em fevereiro, a inflação ficou 0,32 ponto percentual acima da projeção, impactada por preços administrados e alta do etanol na gasolina. A alta do ICMS também contribuiu para essa variação.
Alimentos, principalmente o café, também pressionaram a inflação. O BC espera que a inflação acumulada em 12 meses fique em torno de 5,5%, acima do intervalo de tolerância da meta.
O relatório foi a primeira edição do novo formato, substituindo o anterior, e atende uma exigência do Conselho Monetário Nacional (CMN), que criou uma meta contínua de inflação em 3% por 36 meses.
Agora, o descumprimento da meta será considerado se a inflação anualizada ficar acima ou abaixo do intervalo por mais de 6 meses.
A nova regra implica que o BC deverá divulgar a situação da inflação a cada trimestre, além de notas explicativas em casos de descumprimento da meta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descreveu a meta como “exigentíssima” e “inimaginável”. Historicamente, a inflação oficial do Brasil se aproximou do 3% em 2006 e 2017, mas ficou acima de 4% em outros anos.