Banco Central publica carta para justificar inflação acima da meta
Banco Central justifica descumprimento da meta de inflação e reafirma compromisso com a meta de 3%. Presidente Gabriel Galípolo destaca a importância de manter a credibilidade da política monetária, mesmo diante de críticas.
Banco Central publicou uma carta aberta justificando o descumprimento da meta de inflação.
O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,35% em junho, acima do teto da meta de 4,5% por seis meses consecutivos.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, é obrigado por lei a enviar uma explicação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as causas da inflação fora da meta.
Esta é a segunda vez que Galípolo escreve uma carta neste formato em menos de seis meses; a primeira ocorreu no início do ano.
A nova sistemática de meta contínua passou a valer em janeiro de 2025, considerando descumprimento após seis meses fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%, com centro em 3%).
Galípolo expressou seu desconforto: “Estou bastante incomodado em ter que escrever a segunda carta de descumprimento da meta tão cedo”, afirmou durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
Desde 1999, a inflação ficou acima da meta oito vezes e abaixo uma vez, em 2017.
Defesa da Meta e da Credibilidade
- Taxa básica de juros: atualmente em 15% ao ano.
- Galípolo defendeu que a meta de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual, “não é uma sugestão” e deve ser mantida.
- Criticou sugestões de flexibilização da meta para permitir cortes mais rápidos na Selic.
“O Banco Central não vai se desviar nenhum milímetro disso”, garantiu Galípolo.
Ele acrescentou que “nenhum presidente do BC tem satisfação pessoal em ver taxas de juros altas” e que o papel da instituição é trazer a inflação de volta à meta.