Banco Central sofreu assalto histórico duas décadas antes do ataque hacker; relembre
O assalto ao Banco Central em Fortaleza, ocorrido em 2005, permanece como um dos crimes mais audaciosos da história brasileira, evidenciado pela construção de um túnel de 80 metros. As consequências do roubo geraram uma extensa operação policial e impactaram profundamente o cenário da criminalidade no país.
Vinte anos após um ataque hacker que desviou R$ 800 milhões do Banco Central, recorda-se outro crime na instituição: o assalto a sua unidade em Fortaleza, no Ceará, em 6 de agosto de 2005.
Uma quadrilha passou três meses cavando um túnel de 80 metros sob a Avenida Dom Manuel. O roubo foi reportado apenas no dia 8 de agosto.
A quadrilha levou três toneladas de notas de R$ 50, totalizando R$ 164,7 milhões na época (R$ 484,3 milhões corrigidos pelo IPCA).
A Polícia Federal recuperou, no máximo, R$ 60 milhões, por meio de vendas de bens e resgates de dinheiro.
Compras suspeitas em notas de R$ 50 e passagens aéreas chamaram a atenção da polícia. Após o assalto, sete pessoas foram identificadas no aeroporto comprando bilhetes para São Paulo.
O valor do roubo também atraiu facções criminosas, que sequestraram membros da quadrilha e suas famílias. Edilson dos Santos Vieira, que alertou sobre o assalto, foi sequestrado, assim como seu irmão.
Outros sequestrados incluíram Luiz Fernando Ribeiro, que foi torturado e morto, mesmo após o pagamento de R$ 2,15 milhões pelo resgate.
Investigações revelaram uma complexa rede criminosa. Até 2020, houve 119 condenações entre os 28 processos, com penas variando de 3 a 170 anos. Recentemente, em 2023, o engenheiro Marcos Rogério, responsável pelo túnel, foi preso após 12 anos foragido.
A repercussão do assalto inspirou o filme “Assalto ao Banco Central”, lançado em 2011, que atraiu mais de um milhão de espectadores em 11 dias. Em 2022, uma série documental, “3 Toneladas: Assalto ao Banco Central”, retratou a investigação e suas consequências.