Bancos veem Copom mais duro para afastar apostas antecipadas em cortes de juros
Economistas acreditam que a elevação da Selic reflete a determinação do Copom em manter uma política monetária rigorosa e evitar a antecipação de cortes de juros. O cenário atual aponta para juros elevados até pelo menos o final de 2025, com algumas instituições projetando a possibilidade de cortes a partir de 2026.
Copom eleva Selic para 15% ao ano como medida para conter expectativa de cortes de juros em 2023. Economistas interpretam a decisão como manutenção de juros altos até, pelo menos, 2025.
A ênfase do Copom em manter a taxa elevada por um “período bastante prolongado” reforça essa expectativa.
O Goldman Sachs destacou que o Copom busca evitar a antecipação de flexibilização da taxa no mercado. Segundo o diretor Alberto Ramos, o Banco Central está disposto a ser paciente e pode manter a Selic até o 1º semestre de 2026, com possibilidade de cortes no final deste ano.
Na quarta-feira (18), o Copom elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, contrariando a expectativa do mercado. Pesquisa da Bloomberg indicou que 19 dos 31 economistas esperavam manutenção da Selic.
O Copom afirmou que a política monetária deve ser “significativamente contracionista por longo período”. O Itaú BBA acredita que não haverá alteração na próxima reunião, prevendo manutenção da Selic até início de 2026, enquanto o Bradesco já aposta na necessidade de juros altos para desinflação e projeta cortes apenas em dezembro.
A XP também reafirmou que a Selic deve permanecer estável a longo prazo, enquanto o Citi observou que a decisão foi mais dura do que esperado, adiando a possibilidade de cortes para o segundo trimestre de 2024.
O UBS BB considerou a alta como um reforço ao perfil conservador do Banco Central, projetando cortes apenas para abril de 2026. O Bank of America acredita que o ciclo de alta chegou ao fim, com a Selic a 15% até dezembro e possíveis cortes este ano.