BB: 808 clientes em recuperação judicial no agro somam R$ 5,4 bilhões em créditos vencidos, diz CEO
Banco do Brasil enfrenta desafios na carteira do agronegócio com 808 clientes em recuperação judicial, totalizando R$ 5,4 bilhões em dívidas. A presidente do banco garantiu compromisso em reverter a situação e mitigar riscos, ressaltando a importância de informações confiáveis para investidores.
Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, informou que a carteira do agronegócio possui 808 clientes em recuperação judicial, com dívidas totalizando R$ 5,4 bilhões. As declarações foram feitas em teleconferência no dia 15 de setembro, após o banco reportar um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, representando uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período de 2024.
A carteira do agro conta com 600 mil clientes, sendo que 74% dos 20 mil inadimplentes não tinham registros de inadimplência anteriores até dezembro de 2023. 52% dos inadimplentes estão nas regiões centro-oeste e sul, focados em soja, milho e bovinocultura.
Tarciana destacou que o Banco do Brasil busca reverter a alta inadimplência e apela a investidores para que se informem através de fontes confiáveis, afirmando que a realidade da recuperação judicial é complexa e pode ser resultado de má orientação.
O banco, que detém 50% do mercado agro brasileiro, mudará sua abordagem em relação ao protesto de dívidas e buscará garantias. As dificuldades atuais são vistas como continuidade de problemas iniciados em 2021 e 2022, quando muitos produtores se alavancaram.
A CEO salientou a necessidade de entender as especificidades do setor agro brasileiro, que não possui muitos paralelos internacionais. Adicionalmente, o banco passará a analisar juridicamente pedidos de recuperação considerados abusivos.
Quanto ao crescimento da carteira de crédito, ela prevê um guidance de 0% a 3% para 2025. O banco continua a emprestar para micro e pequenas empresas, com iniciativas de consultoria para manter a adimplência.
O crédito consignado do BB alcançou R$ 7 bilhões em agosto, com uma robusta base de clientes e 95% das empresas aderindo ao produto. No segundo trimestre, o banco concedeu R$ 4,53 bilhões em novo crédito consignado privado, com taxa média de 2,83% ao mês.