BC deve reforçar tom de cautela em ata do Copom e pode dar mais detalhes sobre efeito de tarifaço
Banco Central sinaliza cautela na política de juros e promete examinar impacto das tarifas dos EUA sobre a inflação. Expectativas de mercado apontam para manutenção da Selic em 15% e busca por mais detalhes na ata do Copom.
Banco Central deve reafirmar cautela na política de juros após interromper ciclo de alta da Selic, que permanece em 15%.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser divulgada na terça-feira, deve abordar os impactos da tarifa dos EUA sobre a inflação brasileira.
Na reunião anterior, o Copom sinalizou a intenção de manter a Selic e usou a expressão "manutenção da interrupção" no ciclo de alta.
Economistas acreditam que essa escolha de palavras reflete a tentativa do BC de adiar expectativas de cortes nos juros.
O BC destacou que a atual incerteza exige cautela e que a política monetária poderá ser ajustada conforme necessário.
Sobre o tarifaço, o Copom foi cauteloso, afirmando que as tarifas de Donald Trump reforçam a necessidade de prudência em um contexto incerto.
A economista Andrea Damico sugere que o BC deveria explorar mais os impactos do tarifaço, avaliando que seu efeito tende a ser desinflacionário.
A economista-chefe da SulAmérica, Natalie Victal, aponta a importância de entender o viés do BC sobre os impactos das tarifas e as visões do comitê.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio Leal, espera que a ata discorra sobre a desaceleração da atividade econômica e as expectativas de inflação que, embora em queda, ainda estão acima da meta de 3,0%.