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BC reforça postura conservadora em carta sobre inflação fora da meta

Banco Central justifica descumprimento da meta de inflação e destaca inércia inflacionária e expectativas como principais fatores. Para controlar a alta de preços, a taxa Selic se manterá elevada por tempo prolongado.

Banco Central (BC) divulga carta explicando descumprimento da meta de inflação de 3% ao longo dos primeiros seis meses de 2025.

A carta reitera a postura conservadora do Comitê de Política Monetária (Copom) e aponta a inércia inflacionária e as expectativas de inflação como fatores principais. A taxa Selic se manterá elevada, atualmente a 15%, até que a inflação convirja à meta.

Após o IPCA de junho, com alta de 5,35% nos últimos 12 meses, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, foi obrigado a escrever a segunda carta do ano, a primeira sendo em janeiro sobre descumprimento em 2024.

Galípolo enfatiza a observação dos efeitos defasados da política monetária e destaca que grande parte dos impactos do aperto ainda está por vir. A inércia inflacionária contribuiu com 0,69 ponto percentual para o desvio da meta, enquanto as expectativas somaram 0,58 ponto percentual.

Entre os fatores destacados, estão:

  • Hiato do produto: contribuição de 0,47 ponto.
  • Inflação importada: 0,46 ponto devido à depreciação do real.
  • Bandeira tarifária de energia elétrica: impacto de 0,27 ponto.

O BC projeta que o IPCA deve voltar ao intervalo da meta (4,2%) no final do primeiro trimestre de 2026. A carta reafirma o compromisso com a meta de 3% e que as decisões visam alcançá-la até o quarto trimestre de 2026.

O documento ressalta que o ciclo de alta de juros foi rápido e firme, e que o Copom está avaliando cenários diferentes para os juros. Galípolo destaca a necessidade de vigilância contínua e que o Copom pode elevar a Selic se necessário, devido a vetores inflacionários adversos.

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