BC tem “grau de liberdade” para subir Selic em maio, diz Galípolo
Banco Central indica possibilidade de elevação da Selic na próxima reunião do Copom, com projeções de crescimento do PIB revisadas para baixo. Autoridade ressalta a importância de dados sobre a economia e a pressão inflacionária acima da meta.
Presidente do BC sinaliza aumento da Selic
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, anunciou na 5ª feira (27.mar.2025) que haverá uma alta da taxa Selic na próxima reunião do Copom, podendo ser de 0,25, 0,50 ou 0,75 ponto percentual.
Galípolo apresentou o Relatório de Política Monetária e revisou a projeção de crescimento do PIB para 2025 de 2,1% para 1,9%. O BC comentou que a desaceleração econômica é necessária para cumprir a meta de inflação, que varia entre 1,5% e 4,5%. A inflação do IPCA foi de 5,06% em fevereiro e deve aumentar para 5,6% em março.
A última reunião do Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano, com expectativa de novos aumentos, porém em menor magnitude. Galípolo ressaltou que a taxa atual é contracionista e que o BC analisará os impactos na economia.
O presidente também alertou sobre a inflação acima do intervalo da meta no curto prazo e destacou que as expectativas de agentes financeiros estão “desancoradas” da meta.
O BC anunciou a Crédito ao Trabalhador, modalidade de crédito consignado para o setor privado, mas não estimou seus efeitos. Galípolo qualificou a medida como mais estruturante do que conjuntural.
O novo Relatório de Política Monetária substitui o anterior e fornece informações sobre a meta de inflação, resultados de políticas monetárias passadas e projeções futuras. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta contínua de 3% de inflação até meados de 2027.
O BC terá que justificar eventuais descumprimentos da meta por meio de notas e cartas ao Ministério da Fazenda.
Em sua trajetória, a inflação oficial do Brasil, entre 1999 e 2024, foi próxima de 3% em 2006 e 2017, mas se manteve acima de 4% na maioria dos anos.