BC vê pouco espaço para Brasil compensar China no mercado americano
Banco Central avalia que a dependência comercial entre Brasil e Estados Unidos se revela limitada, embora o país possa se beneficiar de disputas no mercado chinês de soja e outros produtos. A análise ressalta as diferenças na pauta de exportações e a relevância dos produtos em questão.
Banco Central afirma que são "pouco prováveis ganhos relevantes" para o Brasil se os EUA reduzirem compras da China.
A avaliação faz parte do Relatório de Política Monetária do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (26).
O BC destaca que a sobreposição da pauta importadora americana e brasileira proveniente da China é "muito pequena".
Entre os 20 produtos analisados, não foram encontradas coincidências relevantes nas exportações entre Brasil e EUA.
Por outro lado, ambos os países disputam o mercado chinês em quatro produtos principais:
- Soja
- Petróleo
- Carne bovina
- Algodão
Em 2024, essas exportações totalizarão:
- US$ 21 bilhões para os EUA
- US$ 59 bilhões para o Brasil
A soja é o produto mais relevante, com US$ 13 bilhões dos EUA e US$ 31 bilhões do Brasil.
No conflito comercial anterior entre China e EUA em 2018, o Brasil foi beneficiado com um aumento de US$ 7 bilhões nas exportações de soja.
No entanto, o BC observa que a China aumentou seu estoque de soja, enquanto o do Brasil diminuiu.