HOME FEEDBACK

Berkshire enfrenta queda de ações e pior desempenho desde 1990 após anúncio da saída de Buffett

As ações da Berkshire Hathaway enfrentam uma queda acentuada em meio à transição de liderança e aumento das vendas pelos investidores. Analistas destacam a diferença de desempenho histórico em relação ao S&P 500, já que a aposentadoria de Buffett cria incertezas sobre o futuro da empresa.

Ações da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, tiveram desempenho inferior ao mercado por uma das maiores diferenças em décadas, com as ações classe A caindo 14% desde 2 de maio. A queda se deu após Buffett, de 94 anos, anunciar a entrega do controle da empresa a Greg Abel.

Essa queda contrasta com uma alta de 11% no S&P 500. Buffett transformou a Berkshire, um antigo fabricante têxtil, em um conglomerado financeiro abrangendo seguros e gasodutos.

Desde 1965, seus retornos superaram o S&P 500 em mais de 5 milhões de pontos percentuais, gerando o "prêmio Buffett" nas ações da empresa, que pode não ser transferido a Abel imediatamente.

A diferença recente no retorno em relação ao S&P 500 é uma das maiores desde 1990. Historicamente, a empresa ficou para trás do índice somente no início da pandemia, quando investidores venderam ações, especialmente de seguradoras e empresas financeiras.

Não se sabe exatamente quem vendeu ações classe A, que alcançaram um recorde de US$ 812,85 mil por ação. Essas ações são mantidas por famílias que investiram com Buffett no início de sua carreira.

A venda de ações ocorreu apesar dos resultados operacionais positivos da Berkshire, com crescimento de lucros em diversas divisões, exceto quando considerados movimentos cambiais.

Os investidores acreditam que o horizonte de Buffett vai além de três meses, mencionando que as ações da Berkshire dispararam 18,9% antes da reunião anual em maio.

Tecnomia influencia: à medida que os temores de recessão diminuíram, os investidores voltaram-se para ações de tecnologia, deixando a Berkshire para trás.

A avaliação da Berkshire atingiu 1,8 vezes seu valor contábil, nivelando-se com altos patamares históricos. Contudo, Buffett interrompeu o programa de recompra de ações em maio, considerando a ação supervalorizada.

O presidente da Semper Augustus Investments, Christopher Bloomstran, acredita que a recente queda pode incentivar Buffett a retomar as compras de ações.

Além disso, Buffett reduziu investimentos em tecnologia, como a Apple, e a Berkshire é vendedora líquida de ações há 11 trimestres consecutivos.

Historicamente, em períodos de exuberância do mercado, Buffett optou por não investir, o que, embora criticado, acabou comprovando suas credenciais de investimento a longo prazo.

Leia mais em folha