Bets estão ganhando fortuna, gerando pouco emprego e mandando dinheiro para fora, diz Haddad
Haddad propõe aumento de impostos para casas de apostas e compara setor ao de bebidas e cigarros. Ministro busca garantir justiça fiscal e equidade na arrecadação, em meio a tensões com o Congresso.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que casas de aposta virtual, ou bets, devem pagar mais impostos.
Haddad compara o tratamento fiscal das bets ao de fabricantes de cigarro e bebidas alcoólicas durante entrevista ao portal Metrópoles.
Ele questiona a baixa geração de empregos pelo setor, enquanto dinheiro arrecadado no Brasil é mandado para fora.
As casas de apostas ficaram isentas de impostos entre a legalização em 2018 e o marco regulatório em 2023.
Haddad afirma: "Tem que tratar bet um pouco na linha do cigarro." Ele enfatiza a necessidade de regulamentação.
Mencionou ainda a intenção de se encontrar com Hugo Motta, presidente da Câmara, para discutir a relação entre o governo e o Legislativo, que está tensa após a derrubada do decreto sobre o IOF.
O ministro expressa que é fundamental manter boas relações devido à importância do trabalho de Motta para o Brasil.
Em relação à decisão do STF sobre o IOF, acrescenta: "Nunca saí de uma mesa de negociação. Só saio com acordo."
Haddad acredita que o impasse do IOF não afetará o projeto de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000, prevendo ampla aprovação para o mesmo.
O ministro reafirma que não irá rever a meta de superávit e discute a justiça tributária, ressaltando que o ajuste fiscal não pode recair apenas sobre os mais pobres. "O 1% [mais rico] tem que reconhecer que chegou o momento."