BIS faz alerta severo sobre stablecoins e pede que países tokenizem suas moedas
BIS alerta para riscos das stablecoins e pede regulamentação de moedas digitais dos bancos centrais. A organização destaca preocupações com a soberania monetária e a necessidade de um sistema de pagamento mais transparente e eficiente.
Banco de Compensações Internacionais (BIS) alerta sobre os riscos das stablecoins e pede rapidez na tokenização das moedas pelos países.
O BIS expressou preocupações sobre:
- Ministração da soberania monetária;
- Questões de transparência;
- Risco de fuga de capital em economias emergentes.
Isso surge após o Senado dos EUA aprovar um projeto de lei para regulamentar stablecoins atreladas ao dólar, potencializando sua popularidade.
As stablecoins buscam manter paridade de 1 para 1 com o dólar, geralmente lastreadas por ativos reais.
Atualmente, representam 99% do mercado de US$ 260 bilhões em circulação.
O BIS alertou que, sem regulamentação, as stablecoins podem colocar em risco a estabilidade financeira e a soberania monetária.
Hyun Song Shin, do BIS, destacou que as stablecoins carecem da funcionalidade de liquidação de um banco central, o que pode levar a taxas de câmbio variáveis.
Shin também alertou sobre o risco de "vendas de emergência" dos ativos que lastreiam as stablecoins e citou casos de colapso como o de TerraUSD (UST).
A tether domina o mercado de stablecoins, mas se retirou da UE devido a novas regras de licenciamento.
Andrea Maechler, do BIS, questiona a qualidade do lastro das stablecoins e a transparência sobre onde os ativos estão realmente localizados.
O BIS propõe um sistema de registro unificado tokenizado, que integraria reservas de bancos centrais, depósitos e títulos governamentais.
Esse sistema visa:
- Manter o dinheiro do banco central como principal meio de pagamento;
- Proporcionar liquidez instantânea e barata;
- Tornar o sistema mais transparente, resiliente e interoperável.
Problemas como definição de regras e controle individual dos países ainda precisam ser resolvidos.
Agustin Carstens, chefe do BIS que deixa o cargo, enfatizou que a realização do potencial do sistema requer ação ousada.