BNP Asset faz grande aposta em títulos do Brasil e Colômbia
Bushehri expressa confiança na rentabilidade dos títulos brasileiros e colombianos, destacando a atratividade das curvas de rendimento diante das incertezas globais. Ela também observa que a recente recuperação dos mercados emergentes pode refletir oportunidades diante de um ambiente econômico desafiador.
Alaa Bushehri, do BNP Paribas Asset Management, está otimista em relação aos títulos brasileiros e colombianos. Ela acredita que um dólar mais fraco e a política interna darão suporte a esses ativos, apesar das incertezas no comércio global.
Bushehri, chefe de renda fixa de mercados emergentes, recomenda títulos em dólar com vencimento em 30 anos para esses países, pois os rendimentos compensam os riscos. Para moeda local, a preferência é por prazos de dois a 10 anos, com a expectativa de cortes nas taxas de juros pelos bancos centrais se a situação econômica piorar.
Ela afirmou que os títulos em dólar do Brasil e da Colômbia “oferecem 'valuations' muito atrativos”, ressaltando que a precificação reflete os fundamentos e tensões comerciais. O otimismo se intensificou no fim de junho, como uma de suas negociações de convicção.
O aumento de interesse por dívida em mercados emergentes ocorre enquanto diminui o apelo pelos ativos dos Estados Unidos. Títulos e ações de países em desenvolvimento se recuperaram após uma venda em abril, causada por tarifas do presidente Donald Trump. No entanto, novas ameaças de tarifas evidencia a vulnerabilidade dos ativos a tensões comerciais.
Alguns investidores questionam se os ganhos dos mercados emergentes foram além do sustentável, especialmente após o rebaixamento da nota de crédito da Colômbia pela Moody’s e S&P Global Ratings. O Banco Central do Brasil aumentou a taxa básica de juros e sinalizou estabilidade por um longo período.
Bushehri vê os mercados emergentes como beneficiários de mudanças nos acordos comerciais. O desempenho recente, com um índice de dívida local retornando cerca de 12% no primeiro semestre, reforça sua visão. Os ganhos superaram os títulos em moeda forte, que subiram mais de 5%.
“Os mercados emergentes são, em grande parte, os que se beneficiarão das mudanças nas rotas de suprimento e nos acordos comerciais”, concluiu Bushehri.