BofA eleva previsão de crescimento global após alívio sobre EUA e China nas tarifas
Bank of America revisa crescimento global após trégua comercial. Projeções se elevam, destacando a China e economias emergentes como principais motores da recuperação.
Bank of America (BofA) revisou para cima suas estimativas de crescimento da economia global, prevendo 3% em 2025 e 2026, e 3,3% em 2027.
A projeção para este ano foi ajustada em 20 pontos-base, com a China como principal motor, beneficiada pela trégua com os Estados Unidos. A inflação global deve ficar em 2,5% nesse período, apesar das pressões tarifárias.
Para os mercados emergentes fora da China, o crescimento deve passar de 3,9% em 2023 para 4,1% em 2026 e 4,4% em 2027, com destaque para Índia, Taiwan e Brasil.
O alívio nas tarifas comerciais foi mais amplo do que o esperado. As tarifas efetivas americanas caíram para cerca de 10%, menos da metade do pico em abril. A pausa de 90 dias nas novas tarifas entre EUA e China permanece em vigor.
Os analistas apontam que Donald Trump deve continuar usando tarifas para negociações. As tarifas sobre produtos chineses devem ficar em torno de 40%, enquanto para Canadá e México devem ser 5%, e para outros países, 10%.
Apesar da melhora, há riscos geopolíticos e incertezas comerciais. A alta nos preços do petróleo, devido a tensões no Oriente Médio, é uma preocupação, assim como um aumento inesperado nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.
Nos EUA, a previsão de crescimento foi elevada para 1,6% em 2025 e 2026, com expectativa de 1,9% em 2027. O Federal Reserve não realizará cortes na taxa de juros neste ano, que deve permanecer estável no curto prazo.
Na China, o BofA projeta crescimento do PIB de 4,7% em 2025 e 4,3% em 2026, com dados melhores que o esperado. Apesar disso, espera-se menor estímulo fiscal e monetário.
Para a zona do euro, as previsões mantêm 0,9% para 2025 e 2026, com aceleração para 1,4% em 2027. O Banco Central Europeu deve elevar a taxa de juros para 1,5% até o final de 2025.
No Japão, o crescimento para 2025 subiu para 0,4%. O Banco do Japão não deverá alterar a taxa de juros neste ano.